sexta-feira, 18 de julho de 2008


Mangá

A primeira vez que a palavra mangá foi usada, foi em 1814 por Katsushika Hokusai, que se referia às charges de cunho político e social, isso explica o significado "Desenho irresponsável". O mangá como HQ (com personagens fixos, histórias seriadas e quadros seqüenciados) começou mesmo entre o final do século 19 e o início do século 20.
Os mangás têm suas raízes no período Nara (século VIII d.C.) com a aparição dos primeiros rolos de pinturas japonesas: os emakimono. Eles associavam pinturas e textos que juntos contavam uma história à medida que eram desenrolados. O primeiro desses emakimono, o Ingá Kyô, é a cópia de uma obra chinesa e separa nitidamente o texto da pintura.
A partir da metade do século XII , surgem os primeiros emakimono com estilo japonês, do qual o Genji monogatari emaki é o representante mais antigo conservado, sendo o mais famoso o Chojugiga, atribuído ao bonzo Kakuyu Toba.O Chojugiga está guardado no templo de Kozangi em Quioto. Nesses últimos surgem, diversas vezes, textos explicativos após longas cenas de pintura. Essa prevalência da imagem assegurando sozinha a narração é hoje uma das características mais importantes dos mangás.

Em termos visuais, o jovem Osamu Tezuka foi quem se destacou, ficou conhecido como"pai do mangá moderno", pois sua grande produtividade e suas técnicas e gêneros pioneiros transformaram o mundo das histórias em quadrinhos no Japão.

Nascido em Toyonaka, distrito de Osaka, a família mudou-se para Takarasuka quando ele tinha apenas cinco anos. Seus pais estimulavam muito a criatividade dos filhos (ele tinha um irmão e uma irmã mais novos). Sua mãe levava-os para concertos e para as peças do famoso Teatro de takarasuka e seu pai tinha um projetor de filmes em que exibia, por exemplo, O marinheiro Popeye e Mickey mouse.Influenciado por Walt Disney, mais tarde Osamu diria que assistiu à Bambi mais de 80 vezes.
Uma indicação de sua produtividade: a sua obra completa publicada no Japão reuniu cerca de 400 volumes, mais de 80,000 páginas (na verdade, sua obra completa chega a mais de 700 mangás em aproximadamente 170,000 páginas). A grande maioria dessas obras nunca foi traduzida do original japonês e continua inacessível aos leitores do Ocidente.

A ordem de leitura de um mangá japonês é a inversa da ocidental, ou seja, inicia-se da capa do livro com a lombada à sua direita (correspondendo a contracapa ocidental), sendo a leitura das páginas feita da direita para a esquerda. Alguns mangás publicados fora do Japão possuem a configuração habitual do Ocidente.

Além disso, o miolo é impresso em preto-e-branco, contando esporadicamente algumas páginas coloridas, geralmente no início dos capítulos, e em papel reciclado tornando-o barato e acessível a qualquer pessoa.

Os mangás são publicados no Japão originalmente em revistas antológicas. Essas revistas com cerca de 300 à 800 páginas são publicadas em periodicidades diversas que vão da semana ao trimestre. Elas trazem capítulos de várias séries diferentes. Cada capítulo normalmente tem entre dez e 40 páginas. Assim que atingem um número de páginas em torno de 160~200, é publicado um volume, chamado tankohon ou tankobon, no formato livro de bolso, que, aí sim, só contém histórias de uma série. Esses volumes são os vendidos em diversos países dependendo do sucesso alcançado por uma série, ela pode ser reeditada em formato bunkoubon ou bunkouban (完全版?) (mais compacto com maior número de páginas) e wideban (ワイド版?) (melhor papel e formato um pouco maior que o de bolso).

A popularidade do estilo japonês de desenhar é marcante, também pela grande quantidade de japoneses e descendentes residentes no país. Já na década de 1960, alguns autores descendentes de japoneses, como Julio Shimamoto e Claudio Seto, começaram a utilizar influências gráficas, narrativas ou temáticas de mangá em seus trabalhos. O termo mangá não era utilizado, mas a influência em algumas histórias tornou-se óbvia. Alguns trabalhos também foram feitos nos anos 80, como o Robô Gigante de Watson Portela e o Drácula de Ataíde Braz e Neide Harue. O movimento voltou a produzir frutos nos anos 90. Com a inconstância do mercado editorial brasileiro, existe pelo menos uma revista nacional no estilo mangá que conseguiu relativo sucesso; a Holy Avenge. Além deste temos também outras publicações bastante conhecidas pelos fãs de mangá, como Ethora, Combom Rangers e a antiga revista de fanzines Tsunami. Atualmente os quadrinhos feitos no estilo mangá, tirando algumas exceções, como as citadas acima, se baseia grandemente emFanzines.

Apesar da aceitação do estilo de história em quadrinho japonês, a maioria das edições vêem ao Brasil com determinadas alterações quanto ao número de páginas por edição. Muitas vezes, dividem pela metade cada edição, elevando demasiadamente o custo pela coleção.

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